domingo, janeiro 11, 2009





A Inveja

Chico Buarque consegue ser famoso por
suas idéias próprias.
Ele parece pacato diante da fauna sensacionalista que
dança "funk carioca" e se diverte nas ditas "baladas".
Sua simplicidade
irrita até mesmo o Paulo César Araújo, o professor e jornalista que promoveu a
ressurreição da música brega.
Araújo sonha em ver o Chico Buarque
associado ao "milagre brasileiro", enquanto seus ídolos de infância,
Odair
José, Waldick Soriano e Dom & Ravel são creditados como "subversivos", numa
surreal inversão de valores.
Araújo, com seu rol de absurdos, ganhou os
louros da grande mídia, que, na crise de identidade cultural,
viu na
música brega a trilha sonora perfeita, a trilha do Brasil do "mensalão" e do
"valerioduto",
e de uma Petrobras auto-suficiente mas que foi expulsa
da Bolívia pelo projeto nacionalista do presidente daquele país, Evo
Morales.
Os ídolos bregas nunca representaram ameaça ao regime militar,
do contrário que sonha PC Araújo,
mas sua lorota, tocando no lado emocional
da população, acabou convencendo a mídia.
Chico, sim, tem opiniões. Ele
reconhece erros no governo Lula e no PT, mas não sucumbe ao rancor
gratuito.
Sua pessoa é sensata e sua música, coerente. Ele seria visto
como pessoa normal, se o Brasil fosse um país inteligente.
Até chegou a ser,
nos tempos de Juscelino a Jango. Mas a ditadura emburreceu o país. "Normal" é
pagodeiro falar da "energia da galera". Lamentável.



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