quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Obra recupera a história da família de Chico Buarque



Obra recupera a história da família de Chico Buarque
'Buarque - Uma Família Brasileira', em 2 vols, foi escrito pelo primo de Chico, Bartolomeu Buarque de Holanda



Pesquisa sobre a família de Chico Buarque de Holanda será lançada pela Casa da Palavra SÃO PAULO -


Se Chico Buarque seguisse cantando os versos de Paratodos? O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano...? ele chegaria a José Ignácio Buarque de Macedo, um dos patriarcas da família. Na realidade, a árvore genealógica de Chico nasceu da união de José Ignácio Buarque de Macedo, um dos mais poderosos senhores de engenho do nordeste, que se casou com a ex-escrava e analfabeta Maria José Lima.

A história está em Buarque - Uma Família Brasileira.Por volta de 1790, Maria José Lima colocou a educação como prioridade na família. O historiador Sérgio Buarque de Hollanda foi seu trineto. Aurélio, Cristovam, Miúcha e Chico Buarque, seus tetranetos e Bebel Gilberto, sua pentaneta. O primo de Chico, Bartolomeu Buarque de Holanda, registrou em dois volumes a história da família que será lançada este mês pela editora Casa da Palavra.

No primeiro volume, um ensaio com 1.200 páginas, as informações são bem técnicas e procuram descobrir a origem da família Buarque. De acordo com a pesquisa, o número já chega a 10 mil descendentes.

No segundo volume, em forma de romance, o autor conta toda a saga da família. Para escrever a obra, o autor disse ter levado 25 anos pesquisando 15 mil documentos. O romance, no entanto, privilegia a história de Maria José Lima que, segundo o autor, soube como poucos valorizar o estudo e a educação.

domingo, fevereiro 15, 2009





Correio Braziliense - 02/09/99



Por José Rezende Jr., da equipe do Correio



Aos 55 anos, o autor de grandes clássicos da MPB diz que está mais interessado no prazer do que no sucesso



"Hoje, cobra-se cachê para cantar não importa para quem. Amanhã podem perguntar: 'Quanto você cobrou para cantar no comício do Lula, na Marcha dos 100 Mil?'"
Marcos Fernandes




Às vezes, ele estica a perna e já não consegue alcançar a bola. Mas parece ser esse o único efeito nocivo do tempo sobre o artista. Aos 55 anos, Chico Buarque compõe, grava e faz show quando quer. Cada vez menos, cada vez melhor. Com 300 mil cópias vendidas do último CD, As Cidades, lançado depois de um silêncio de cinco anos, não está muito interessado em fazer sucesso - principalmente se isso incluir aparições nos programas do Faustão e do Gugu. "Caetano (Veloso) fez a opção dele. Eu quero fazer o que me dá vontade, o que eu acho bom", afirma, sem criticar o caminho escolhido pelo intérprete de Sozinho. Ausente da Marcha dos 100 Mil, o autor de clássicos da resistência musical como Apesar de Você e Cálice (cujas metáforas, admite, ele próprio já não compreende) defende mudanças na política econômica e a investigação de alguns negócios do governo, como a privatização das teles. E critica o comércio, que, no lugar da ideologia, hoje envolve a participação dos artistas em campanhas políticas. "Cobra-se cachê para cantar não importa para quem."


sexta-feira, fevereiro 06, 2009










Geni.


Em quantas pessoas você já jogou pedras?


Forma de autoritarismo social de uma sociedade doente. Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência. Estas atitudes vem acompanhadas por teorias justificativas. O racismo e o etnocentrismo defendem e praticam a superioridade de povos e raças.


Sem contar no preconceito Hipócrita!
Você sai com um travesti, só que a sociedade
nunca poderá saber disso! psiu...
Depois de uma boa gozada,

posso fingir que não sou eu que gosta de um belo rabo!










"Santa" Igreja Católica Apostólica Romana


aprovou, recentemente, certas "Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais", e que estão causando, com razão, desconforto na comunidade GLSBT mundial.
Começa o documento por tratar da questão da "homossexualidade", quando já é de conhecimento de todos que
"...homossexualismo deixou de ser doença. Á décima revisão da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), da Organização Mundial de Saúde, exclui, depois de quase vinte anos, o homossexualismo como doença.'

' [...] o então presidente do Conselho Federal de Medicina, psiquiatra Ivan Moura Fé, afirmou que ''muitas vezes, os próprios pais levam os filhos homossexuais ao médico, porque acreditam que eles são doentes; a situação deixa os profissionais confusos, já que não é encontrado nenhum sinal que indica a existência de uma anomalia.''" (1)
mais adiante, conclui o mesmo autor que "É, comprovadamente, uma opção de vida."

(2)
Em decorrência da não caracterização da homossexualidade como doença, o termo homossexualismo deixou de constar nos diagnósticos da CID-10, pois, o sufixo "ismo" que significa doença, foi substituído por "dade" que designa modo de ser. Segundo os médicos o homossexualismo não pode mais ser
"...sustentado enquanto diagnóstico médico. Isto porque os transtornos dos homossexuais realmente decorrem muito mais de sua discriminação e repressão social derivados do preconceito do seu desvio sexual. Desde 1991, a Anistia Internacional considera violação aos direitos humanos a proibição da homossexualidade."






Nossa que bacana!!!!!!!!!!!








quinta-feira, janeiro 29, 2009


Mil Perdões

Outra amostra
da sensibilidade
feminina De Chico!!


Te perdôo Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais
Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim
Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de t
iTe perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)
Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair...




Puta Que Pariu! Me perdoem...

Gota D'água


Uma das musicas de Chico Buarque que me arrepia os fios,

alías uma delas,

é Gota D'agua.




Gota d'água
Chico Buarque



Já lhe dei meu corpo

Minha alegria

Já estanquei meu sangue

Quando fervia

Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta

Pro desfecho da festa

Por favor...Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa

E qualquer desatenção,

faça não

Pode ser a gota d'água...





terça-feira, janeiro 27, 2009



Nota sobre Trocando em miúdos

Análise literária de Maria Helena Sansão Fontes


Em "Trocando em miúdos" (1978), o tom arrebatador presente em "Pedaço de mim" cede lugar a uma leve ironia com que se percebe a intenção de encobrir o sentimento de perda. A suposta superação do desconforto gerado pela dissolução do relacionamento amoroso é sintetizada pelo próprio título do poema que se reveste de elementos do cotidiano:
Os elementos representativos da intimidade conjugal revelados pelas expressões "medida do Bonfim"; "disco do Pixinguinha", "As marcas de amor nos nossos lençóis", são dessacralizados através da conotação irônica emprestada por palavras que encobrem a dor contida e velada do eu-emissor: "Aquela esperança de tudo se ajeitar/Pode esquecer/Aquela aliança você pode empenhar/ Ou derreter".
A dor da perda e o temor do descontínuo, que são tratados com intenso dilaceramento nos poemas analisados anteriormente, como "Eu te amo" ou "Pedaço de mim", aqui evidenciam intencional esvaziamento do pathos, revelando-se apenas em alguns versos em que o teor dramático supera a ironia que tenta encobri-lo: "Mas devo dizer que não vou lhe dar/ O enorme prazer de me ver chorar/ Nem vou Ihe cobrar pelo seu estrago/ Meu peito tão dilacerado".
A última estrofe retoma o tom de intencional desprendimento, e, através do verso "Eu levo a carteira de identidade", há a sutil aceitação da descontinuidade, resgatada com o fim do relacionamento amoroso.


Sem fantasia - Masculino e feminino em Chico BuarqueMaria Helena Sansão Fontes - Editora Graphia, 1999







Trocando em miúdos
Francis Hime - Chico Buarque/1978

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim ?O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás Aceite uma ajuda do seu futuro amor Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Cálice




Afasta de mim...


Uma obra de arte, ao mesmo tempo em que dialeticamente espelha seu momento histórico, coagula significados anteriores que tornarão possíveis uma compreensão racional e cria novos significados para os símbolos antigos, principalmente quando seu objetivo escapa aos limites sociais e toca o sofrimento humano universal. "Como beber dessa bebida amarga", nos pode tanto encaminhar para leitura de um drama pessoal, social ou humano.
A ditadura, a vida asfixiante, a censura num Brasil amordaçado e carente de palavras ou a natureza humana dilacerada pedindo um socorro inútil, "tragar a dor engolir a labuta", da maldição divina no Gênesis dirigida a todos os homens até os sofrimentos de um compositor brasileiro em 1973. "Mesmo calada a boca resta o peito", resgata o coração humano para além das palavras, mas corta a via de expressão dos sentimentos.
Prometeu novamente acorrentado divaga sem ter a quem gritar.
Um povo está amordaçado, "silêncio na cidade não se escuta", no entanto esse silêncio é o rumor e não um grito de revolta e compreensão. Pede-se "outra realidade menos morta", mas é impossível porque há "tanta mentira, tanta força bruta". É terrível "acordar calado", mas na vida não há revolta, no dia claro só há mentira, e o poeta ou o povo que ele mira, só "na calada da noite" se dana. Ele quer lançar um grito, mas esse grito também já se tornou como a própria realidade, "desumano".
Dizer "que é uma maneira de ser escutado" é partilhar do destino dos loucos, dos oprimidos, é ter cedido, sem querer, ao mundo que ele já não sabe como destruir. "Este silêncio todo me atordoa", não é o silêncio, mas ruído, o rumor de vozes incompreensíveis no burburinho da cidade. Ao mesmo tempo em que sonha a revolta, o poeta participa do mesmo torpor e impotência do seu povo: é impossível fugir da história: ela está por dentro, antes de estar por fora. Há uma espectativa que é "ver emergi o monstro da lagoa", mas esta espectativa é antes de tudo impotência.
O monstro esperado não pode ser em essência diferente do monstro que os rodeia e devora. O monstro é um só: a espectativa diante da lagoa. "Pai, afasta de mim esse cálice/de vinho tinto de sangue", o poeta quer escapar da cruz (realidade, censura, repressão), mesmo sabendo que nem ele nem Jesus podem ou puderam escapar. É um grito inutilmente humano de sofrimento. Os dois, o poeta e o Cristo, sabem seu destino trágico: esperar que tudo se consuma. "De muito gorda a porca já não anda", devorando seus filhos e os esmagando sob os pés. A mãe pátria os imola. E seus instrumentos já estão enferrujados (de sangue?): "De muito usada a faca já não corta". E sua impotência é explícita, "como é difícil, pai, abrir a porta". Todos estão bêbados, "esse pileque homérico no mundo", e sem humanidade e abertura, "de que adianta ter boa vontade".
A solução é irreal, "mesmo calado o peito resta a cuca": o mesmo peito que restava ainda na primeira estrofe aqui também já se dilacerou, mas a "cuca" não é revolucionária ou lúcida, mas "dos bêbados do centro da cidade". E esta "cuca" embriagada e narcisista dita a solução individualista: "quero inventar o meu próprio pecado/quero morrer do meu próprio veneno/quero perder de vez tua cabeça/minha cabeça perder teu juízo". A realidade induz ao poeta se perder de vez, "me embriagar até que alguém me esqueça".
Este poema ao mesmo tempo em que recria o medo e a opressão provocados pelo período ditatorial nos demonstra o quanto a impotência social preenche todo o tecido social e imaginário, não só o poeta sofre com o povo, mas também ele sofre do mesmo mal do povo.
Cantar seus sofrimentos é cantar as dores da mãe terra e pertencer aos mesmos descaminhos. Impossível sonhar a fuga da história. Daí a arte ser um dos elementos fundamentais de compreensão da realidade social, porque é através dela que o inexpresso grita e fala, o que só está no peito e nos olhos toma forma humana e deixa sua marca. E pede socorro saindo do inanimado.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Anos 80


Dona de um arquivo gigantesco de fotos de artistas, Cristina Granato, que há anos registra cenas da vida cultural carioca, cedeu algumas imagens para essa coluna. São cliques feitos nos anos 80, que mostram estrelas que o público adora.
SÍLVIA BUARQUE e o pai, Chico Buarque. Ela vai estar em “Caminho das Índias”, nova novela das 21h
CHICO BUARQUE E JAIR RODRIGUES NA ERA DOS FESTIVAIS...

Jair Rodrigues, Nara Leão e Chico Buarque


Jair Rodrigues, Nara Leão e Chico Buarque durante o Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. "Disparada", com Jair Rodrigues, e a "Banda", com Nara Leão e Chico, empataram em primeiro lugar (publicado na Folha de S.Paulo no dia 11 de outubro de 1966).

Elza Soares e o jogador Mané


A cantora Elza Soares e o jogador Mané Garrincha ao piano.

Cartola


O compositor Cartola em sua casa em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ), durante a comemoração do seu aniversário de setenta anos (foto publicada na Folha de S.Paulo, no dia 13 de outubro de 1978)

Adoniran Barbosa


Mário Lago (à esq.) e Adoniran Barbosa foram dois dos nomes que participaram do primeiro programa "Levanta Poeira", na TV Globo, entre 50 artistas da música brasileira(foto publicada na Folha de S.Paulo, no dia28 de julho de 1977.

Gilberto Gil (centro), Claudia e Vinícius de Moraes participam do segundo "Ensaio Geral", programa do antigo Canal Nove, que reunia gente famosa da MPB

domingo, janeiro 11, 2009

Teatro

O teatro do mestre Chico



Roda viva - Escrita em 1968 e dirigida por Zé Celso Martinez
Corrêa, fez
sucesso no Rio na primeira montagem, com Marieta Severo e
Antonio Pedro. Tinha
cores revolucionárias e um texto dinâmico, forte e rico
em dramaturgia. Na
segunda montagem, com Marília Pêra, Pedro Paulo Rangel,
Antonio Pedro, Peréio e
Flávio Santiago, o espetáculo foi proibido pelo
Comando de Caça aos Comunistas,
que invadiu o teatro e espancou artistas,
destruindo o cenário. Além de seu
cunho artístico importantíssimo, serviu
como marco contrário à presença da
ditadura no país. Mais um crédito a favor
de Chico.


Calabar - Escrita por
Chico e Ruy Guerra em 1973, foi uma das
produções teatrais mais caras da época.
Por conta da Censura do governo
militar não pôde estrear, causando um prejuízo
artístico e financeiro
imenso. Só remontaram o espetáculo seis anos mais tarde,
já liberado pela maldita Censura.
Gota d'água - Foi escrita por Chico
Buarque e Paulo
Pontes e dirigida por Gianni Ratto, com direção musical de Dory Caymmi.
Estrelada por Bibi Ferreira, teve no elenco Oswaldo Loureiro e Roberto
Bonfim. Lembro-me bem do dia em que assisti a esse musical, há praticamente 30
anos. Foi inesquecível ver a Joana feita pela Bibi, com um vestidinho preto. Ela
representava o texto e as músicas do Chico de uma forma tão
espetacular que a
platéia ficava fascinada. As músicas são magníficas e
algumas delas, como a que
dá título ao espetáculo e a sensacional Basta um
dia, passaram para a história
das grandes músicas brasileiras. Ouvir e ver a
Bibi cantando dramaticamente
essas canções era uma sensação de arrepiar até
defunto.


Ópera do malandro -
De Chico Buarque. A primeira montagem teve
produção de Ary Fontoura e direção
musical de John Neschling. No elenco,
entre outros, Marieta Severo, o próprio
Ary, Otávio Augusto e Elba Ramalho.
Fui assistir à nova montagem, em cartaz no
Teatro Carlos Gomes. Fiquei
encantado com a reação do público, que aplaude
milhares de vezes e sai do
teatro cantando a canção O malandro. Todos felizes e
gratificados por terem
visto uma coisa que preenche seus olhos e corações. O
espetáculo cumpre
a função maravilhosa de resgate da memória de uma obra
sensacional que tem
uma dramaturgia exemplar e canções de uma importância sem limites para a
música brasileira. A parte musical e vocal é perfeita. Os
eficientes
arranjos feitos pela maestrina Liliane Secco e a competência dos músicos em
cena demonstram a sabedoria da direção musical de Cláudio Botelho. Os
atores/cantores têm vozes de uma maneira geral qualificadíssimas, com
destaque
para a interpretação de Palavra de mulher, executada por Alessandra
Maestrini,
que é, com todas as letras do alfabeto, uma atriz competente e
uma excelente
cantora. Lucinha Lins mostra mais uma vez sua ótimacondição
de cantora e busca
de uma forma caricatural, perigosa, corajosa, mas
bastante segura e objetiva, a
sua interpretação para o personagem Vitória.
Alexandre Schumacher faz o grande
malandro adequadamente e sua voz, quando
não impostada, apresenta um timbre
lindo.
Mauro Mendonça, um dos pontos
altos do espetáculo, faz o seu Duran de
forma delicada, criativa e
eficiente. O policial contraventor de Cláudio Tovar é
interpretado com
bastante veracidade. Lindo o trabalho de ator de Thelmo
Fernandes no papel
difícil e delicado de Geni. Porém, quando a canção tema é
apresentada, já
não se sente a mesma eficácia no canto.
As prostitutas e os
malandros
têm uma excelente atuação vocal e cênica, com destaque para a linda voz do
ator Ronnie Marruda. Desnecessária a figura da criança que entra em cena,
sujando a beleza da canção Uma canção desnaturada. Os figurinos algumas vezes
são inadequados, principalmente no que diz respeito a acabamento, e àsvezes
retratam mais os gângsteres americanos do que a tradicional
malandragem da Lapa.
A direção cênica é eficaz e ágil, sendo que tanto os
figurinos como a direção e
o cenário são de Charles Möeller. Inteligente
a mistura das canções
compostas para o filme e para a peça. O incrível é
perceber a disposição e a
coragem de produtores, diretores e artistas - e a
visibilidade de patrocinadores
- para remontar um espetáculo de importância
para a dramaturgia musical
brasileira. A obra de Chico é um patrimônio para
a cultura e a história de
qualquer país. O Brasil é uma nação abençoada por
ter entre seus filhos alguém
como ele, que veste a história de seu povo com
tanta veracidade e poesia.




Você bebe cerveja ouvindo música sertaneja?


Quem diria heim?

Você e a maioria da população brasileira.

Faça um teste com você mesmo,seja capaz de mudar de estilo

e vez em quando ouça uma BOA música,

Perceba e critique,

Seu ouvido será um grande amigo nessa descoberta de sentidos.

Ana Carolina tem muito Bom gosto!!







Ana Carolina (Ana Carolina Souza)


Nascida em Juiz de Fora (MG) em 9 de setembro de 1974

Sua influência musical vem do berço, sua avó cantava em rádio, seus
tios-avós tocavam percussão, piano, cello e violino. Ana Carolina cresceu
ouvindo ícones da música brasileira Chico Buarque, João Bosco, Maria
Bethânia;
na sua preferência internacional destaca-se Nina Simone, Bjork
e
Alanis
Morrissete. Ainda na adolescência, iniciou a carreira de
cantora
apresentando-se
em bares de sua cidade natal.





A Inveja

Chico Buarque consegue ser famoso por
suas idéias próprias.
Ele parece pacato diante da fauna sensacionalista que
dança "funk carioca" e se diverte nas ditas "baladas".
Sua simplicidade
irrita até mesmo o Paulo César Araújo, o professor e jornalista que promoveu a
ressurreição da música brega.
Araújo sonha em ver o Chico Buarque
associado ao "milagre brasileiro", enquanto seus ídolos de infância,
Odair
José, Waldick Soriano e Dom & Ravel são creditados como "subversivos", numa
surreal inversão de valores.
Araújo, com seu rol de absurdos, ganhou os
louros da grande mídia, que, na crise de identidade cultural,
viu na
música brega a trilha sonora perfeita, a trilha do Brasil do "mensalão" e do
"valerioduto",
e de uma Petrobras auto-suficiente mas que foi expulsa
da Bolívia pelo projeto nacionalista do presidente daquele país, Evo
Morales.
Os ídolos bregas nunca representaram ameaça ao regime militar,
do contrário que sonha PC Araújo,
mas sua lorota, tocando no lado emocional
da população, acabou convencendo a mídia.
Chico, sim, tem opiniões. Ele
reconhece erros no governo Lula e no PT, mas não sucumbe ao rancor
gratuito.
Sua pessoa é sensata e sua música, coerente. Ele seria visto
como pessoa normal, se o Brasil fosse um país inteligente.
Até chegou a ser,
nos tempos de Juscelino a Jango. Mas a ditadura emburreceu o país. "Normal" é
pagodeiro falar da "energia da galera". Lamentável.




Francisco Buarque de Hollanda
Conhecido como Chico Buarque


é um músico, dramaturgo
e
escritor brasileiro.
Filho do historiador
Sérgio
Buarque de Hollanda
, iniciou sua carreira na década de
1960
, destacando-se em 1966,
quando venceu, com a canção A Banda, o
Festival
de Música Popular Brasileira
. Em 1969, com
a crescente repressão da
Ditadura
Militar no Brasil
, se auto-exilou na Itália,
tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais ativos na crítica política e pela
democratização
do
Brasil.
Na carreira literária, foi ganhador do
Prêmio
Jabuti
, pelo livro Budapeste,
lançado em
2004.
Casou-se
e separou-se com a atriz
Marieta
Severo
, com quem teve três filhas: Sílvia,
que é atriz e casada com
Chico
Diaz
, Helena, casada com o percussionista Carlinhos
Brown
e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha,
Ana de Hollanda e Cristina.




Roda Viva
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque


Tem dias que a gente se sente

Como quem partiu ou morreu

A gente estancou de repente

Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa

No nosso destino mandar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente

Até não poder resistir

Na volta do barco é que sente

O quanto deixou de cumprir

Faz tempo que a gente cultiva

A mais linda roseira que há

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata

Não quer mais rodar não senhor

Não posso fazer serenata

A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa

Viola na rua a cantar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira

Que um dia a fogueira queimou

Foi tudo ilusão passageira

Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa

Faz força pro tempo parar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração